Em abril de 2020, alguns dias após o início da pandemia em Curitiba, eu escrevi sobre algumas percepções que estava tendo. Estava começando a bater a saudade das pessoas amadas e a angústia de ficar em casa fazendo as mesmas coisas. Sentia a falta da diversidade, de ver outras pessoas e de conversar. Graças a Deus eu tive durante todo esse período uma casa confortável e com recursos para manter minha família em tranquilidade e com saúde.
Entretanto, isso não significa que não tive momentos ruins. O corpo e a alma doeram, pois eu não fiquei em casa descansando, continue trabalhando como tantas outras pessoas. Umas, inclusive, tiveram mais atividades do que antes, tudo passou a levar mais tempo e passamos a fazer coisas que não queríamos: ficar em uma casa com poucos recursos, conviver com pessoas que não desejamos, realizar atividades que antes delegávamos a outras pessoas, ver e ouvir notícias aterrorizantes, lidar com situações incontroláveis, etc. Mas lidamos com tudo isso e muito mais. Foi preciso! E fizemos!
Muitas profissionais (de todas as áreas possíveis) continuaram trabalhando, saindo às ruas, entrando em contato com outros, inclusive os infectados pelo Covid-19 por uma questão de sobrevivência! Triste, mas também revelador, mostrou capacidades humanas que às vezes não percebemos que temos. Capacidade de empatia, paciência, conformidade, compreensão, reinvenção, criatividade, amor. Há também sentimentos ruins como egoísmo, mesquinharia, ganância, desespero. Estamos falando da humanidade, sempre existirá essa contradição, mas eu prefiro olhar para os bons sentimentos que emergiram diante dessa pandemia. Se eu fizer isso, me traz mais esperança!
E é aqui que entra a ação social Doe Sentimentos Positivos! “O projeto Doe Sentimentos Positivos existe desde 2014, quando foi fundado em Belo Horizonte pela psicóloga Dra. Renata Livramento com a ideia de ser um projeto de gentileza urbana” (Release 2021). Eu participei no ano passado e estamos novamente com essa ação que envolve diferentes pessoas, com tantas dificuldades como as outras, mas movidas pela vontade de fazer uma humanidade melhor. Todos nós temos algo bom para oferecer, por mais difícil que esteja sua vida, busque em seu interior a sua melhor versão e compartilhe com outras pessoas. É na interação com os outros que aprendemos, ensinamos e, se desejarmos, podemos tornar a vida mais leve!
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